sábado, 7 de junho de 2008

A LUZ DA AURORA

Minha casa interior
tem pés firmes.
E eles são como relâmpagos
na lembrança dos olhos
que guardaram os céus.
Minha alma é como o vinho
arrancado à vindima
numa manhã de outono
quando as chuvas cessaram
e uma aurora prenuncia
a volta dos perfumes.

Meu Deus interior honra-me
esculpindo em mim

um portal de esperança.
Sei que o pouso do coração
poderá ferir-me...
se não conseguir distinguir
as asas reais dentro do próprio sonho.

Mas a luz da aurora,
inexoravelmente se faz.
E mesmo que o vento ouse tremer
as folhas, dessa luz receberão vida
e somente o amor será a água
que nutrirá a raiz
para que honre o rosto
que a habita.



(Direitos autorais reservados)

2 comentários:

Unknown disse...

Poeta dos meus encantos, estou aquí para dizer que os seus versos,
tem gosto de saudade, e de flor!
Abraço,
Balbino

Célia de Lima disse...

Honra é conhecê-la, na beleza e riqueza do seu ser e do seu verso. Sublime! Beijo carinhoso, amada amiga. Uma boa tarde pra vc! :-)