domingo, 15 de junho de 2008

IMENSIDÃO


Neste silêncio da tarde,
em que até os ventos se calam,
é tua flor de saudade
que meus poros exalam...

Saudade dos teus olhos ternos,
que perscrutavam o meu espírito.
Dos portais dos teus pensamentos
que aos meus, sempre se abriram...

Meus ouvidos não mais acessam tua voz.
A memória tornou-se mais fraca,
como uma água cansada que perdeu sua foz,
e que já poluída, não nutre mais nada...

A estranhas paragens,
a rochas imensas,
a vida me leva.
A sítios sem norte,
a felicidades efêmeras
entre a vida e a morte.

Os que eram sonhos de mim
ultrajaram minha casa.
Revolveram meus jardins,
alimentaram-se de minhas rosas.

Agora, um profundo silêncio
toma conta de tudo.
Até a confiança e o tempo
tornaram-se mudos.

Mas é na tua imensidão,
que mais uma vez,
apascento o verde dos meus campos
que são da cor dos teus olhos
e do teu nome santo:
- Mãe.


(Direitos autorais reservados).

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