quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

TENHO SAUDADES

Tenho saudades do meu amor que te amava
vestido de silêncios e conflitos tão sinceros.
Um amor que era sol -  um amor tão belo
que até aos anjos a sonhar  ele ensinava.

Tenho saudades do amor que eu sentia,
momentos manuscritos dentro do coração.
Tinha linhagem aquele sonho que eu vivia.
Era uma luz passando a limpo a escuridão.

E onde estás? Não te encontro mais
e nesses meus sonhos, o que buscais
ó anjos?  -  a esperança já vencida?

Não entendo mais essa linguagem.
Sei que a dor muda toda paisagem
do livro interior, onde se escreve a vida.


(Direitos autorais reservados).

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

QUANDO AINDA ERA DIA...



               (a minha mãe Hilda, in memoriam)


Quando ainda era dia
e as nuvens passeavam no céu,
eu ouvia tua palavra,
por mais cansada que estivesses.
Estavas ali com teu coração,
então minha angústia se calava
porque a tua palavra  era prece.

Quando ainda era dia
mas a chuva desmanchava meus sonhos
sempre estavas ali
carregando em teu colo não os teus,
mas os meus abandonos.

Quando ainda era dia
e meu olhar parava nas distâncias
fitando o nada do horizonte
inocentemente me perguntavas
- O que estás vendo tão longe?

Depois a noite desceu
sobre os nossos jardins,
sobre os teus canteiros,
as tuas hortaliças.
O galo não mais cantou.
Os  espinhos sorriram  pra  mim.
A alegria me perdeu de vista.

Aninhou-se  no mais alto da árvore
um pássaro chorando na tarde.
E os anjos te envolveram no ocaso
de tua própria luz
como Verônica envolveu em seu braços
o lenço que roçou o rosto de Jesus.


(Direitos autorais reservados).



http://www.luciaconstantino.prosaeverso.net


 





 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

O MENINO SAGRADO


Frágil, o menino tão sagrado
vai preparando seu aniversário.
Há dois mil anos tem esperado
por Seus presentes tão necessários.


Um sorriso aqui, um outro ali
e mãos prontas para afagar.
Um prato de comida pra permitir
por-se em pé quem vai lutar.


Há dois mil anos tem esperado
o despertar de uma nova consciência
e aquela paz que nunca vem.


Talvez, um dia, nos corações, Ele desça alado
e leve homens e animais Nele abraçados,
pra tocarem juntos os sinos de Belém!

(Direitos autorais reservados)