domingo, 13 de março de 2011

DO QUE SE IMPRIME NO AKASHA


Dia que passa.
Aves em estado de graça
nos troncos carcomidos.
Primavera esmaeçida
na borboleta branca que passa
sem se dar conta do estado de graça
das aves altivas.
Perco meus olhos nessa contemplação
onde jaz meu coração
no passo da formiga.
Uma luta insana pra sobreviver,
uma luta insana pra não perder
minhas asas escarnecidas.

Todo rosto me é duro e cruel.
Graça e beleza me falam - só no papel.
Com meus anjos vou ao inferno
que os seres humanos constroem
falando o tempo todo de céus.

Criadores de seus próprios infernos,
artífices de sua própria cegueira.
Dormem em suas páginas
suas vidas - letras de poeira.

Vou com meus remos de coragem
lentamente, pelo caminho
Se há um Deus nesta viagem
não sei.

Dizem que é só meu esse destino.


(Direitos autorais reservados)

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