sábado, 8 de dezembro de 2007

Rosas


Em cor e perfume eterno

como se a vida nunca tivesse inverno,

assim as rosas falam

ao coração.

Trazem em veludo de nuvem

seu ser sempre

em perene doação.

E cada espinho

é somente um sinal no caminho

para nos orientar

na missão das nossas mãos.


Uma sagrada rosa sempre espelha

uma face luminosa

pois reflete a luz de nosso olhar.


É a própria eternidade

em presença

como se um anjo

em sua essência

resolvesse a nós

se presentear.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Intermezzo


Luz, ternura e realejo.

Vou dormir à sombra dos teus beijos,

vou repousar em leito brando.


Não me ofusca mais tua demora,

pois já me parece ser a aurora

essa tua luz por onde eu ando.





(Direitos autorais reservados - Lei 9.610 de 19.02.98)

Templário


E quando do Alto parecer

que a vida me vem com espinhos,

saberei que Tu por perto Te encontras

e comigo segues caminho.




(Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98)

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Vôo em Luz


Viver-te, além do tempo e do espaço,

tendo por lar esse aconchego de infinito,

tendo pela luz do amanhecer o teu abraço

e numa estrela o esplendor do teu sorriso.


Viver-te nessa luz sobre essas árvores,

irmãs que na terra me abençoam.

Sentir assim teus olhos nessa tarde,

como pássaros silentes que me voam.


Voam para dentro de mim mesma

em beleza e seara em noite aberta.

Lume ferindo o coração dos astros.


Música divina é essa presença

que quando transforma-se em ausência

é um anjo que recolhe as asas nos espaços.




(Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98)

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Fonte


Ajeita-se essa luz sob as cortinas.

Canto e salmo nas janelas.

Ajeita-se o sol que me ensina

a esperar pelas estrelas.


Uma música imensa de repente

ecoa na tarde que se esvai.

Talvez um pássaro, um estranho ente

cujas asas voam mais...


mais que um sonho a florescer

entre as mãos que vão tecer

uma áurea noite em brancas rosas.


É um anjo afoito aqui no peito

que por caminhos imperfeitos

gera sua própria fonte luminosa.




(Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98)

domingo, 11 de novembro de 2007

Vou


Íngrime caminho de areia

dentro das veias

do coração.

Que estranho país pisam

meus pés,

que não reconheço

as estradas,

vou calejada, empoeirada,

suando sangue e fé.


As minhas pérolas,

desesperadas, perdi-as todas,

no meu revés...


Pesam-me séculos sobre os ombros,

pesam-me todos os assombros

das montanhas de minha alma

do meu mundo de marés.


Vou, crepuscular, latejando

eternidade na fronte

e saudade

e não distinguo nenhum horizonte,

só um arco-íris sobre meus pés.


Colorido, triste, um fio

que não termina nesse rio

que se formou das lágrimas

do meu céu.





Quando


Quando eu me for,

olha bem os lírios, as rosas

e o sol poente.

Eles te lembrarão

o meu perfume

e a cor dos meus sonhos.

sábado, 10 de novembro de 2007

Um Passo de Luz


Menino dos cabelos de nuvem,

dos olhos desvelados ao mundo

em amor, dor, de sonhos a arder

nas tuas veias que cantam

a paisagem da vida

que a gente insiste em não ver.


Menino-cordeiro, que águas

te levam para além do arco-íris,

que anjos te velam?

Se no sono do mundo

só há roncos profundos

que a beleza enterram?


Menino, as fadas

tornaram douradas

as tuas mãos, os teus pés,

para que aonde quer que vás,

só deixes rastros de paz

de confiança, de fé.


Acredites que teu solo

é mais belo que Apolo

porque é o teu caminho.


Que nunca nada te fira

na tua sagrada lira

onde poentes e auroras

são vizinhos.



(Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98)

Asas Sonoras


A poesia é a canção da alma,

que nos nutre de amor, luz e paz.

Por ela vivemos,

é nosso farol na escuridão,

águas que nos mitigam a sede de beleza.

E desse amor, vivemos...

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Poeta, Poesia


No sagrado linho da vida,

bordas a pauta dos instantese

e te doas em melodias

a tantos caminhantes.


Enquanto espreitam e coabitam

tristezas e bem aventuranças,

são tuas linhas que refazem

o caminho da esperança.


Talvez sejamos, de uma aquarela,

cores que uma mão desconhecida

pintou em luz eterna

no mesmo manto da vida.


Tudo está certo no universo.

Somos parte de um divino plano.

É no fino linho dos teus versos

que bordam os anjos.

Além


Além da luz dos olhos

há a luz da rosa.

A que ascende a vida

e que dentro do coração,

silenciosamente,

vivencia a sagrada

e amorosa dança cósmica

dos sentidos interiores

quando toda matéria

nada mais é do que partitura

para o espírito cantar

a melodia das esferas.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Não sei


Não sei mais o que canto
além da esperança,
além dos horizontes de névoas,
águas, águas em danças...

danças cósmicas
balé de estrelas
em estranho vento dos céus

A arrastar-me, desfolhada,
inundando todos os caminhos
do meu próprio coração.

Mágica Presença


E a ti foi dado o direito
de viver na terra dos anjos
quando os pássaros cruzam a estrada
para receber teus passos...
E a ti foi dado o direito
de cantar a canção dos tempos,
quando a vida dança também
sobre as pedras,
pois até elas querem viver,
uma vez que também são nossas irmãs
em construção, chão e sol.

A ti foi dado o direito
de ser pergaminho de beleza,
jardim que se distende
sobre abismos, vales,
que desce, ascende,
tal qual a própria natureza.

Direito concedido em magia
de respirar e partilhar
da existência dos seres eternos,
e um Deus, que é Pai
Sábio e Terno
aqui, no coração
também resolveu
comigo te compartilhar.



(Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98)

Lucia Constantino

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Epígrafe


Frágil infinito azul

sob os cílios dos abismos.

Doce poente no dorso do mar

teus olhos

imensidão de ter sido.





(pinçado do meu livro "Asas ao Anoitecer",
2005, Fundação Cultural de Curitiba)



Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98

Adágio


É tanto esse Ser profundo
que ilumina a imensidão
e o lar do coração
quando adormece o mundo,
que me parece que um anjo
em sua sagrada missão
leva o tempo nas mãos,
para que a vida possa sorrir
e de algum lugar perceber
que é tão sublime esse seu viver
pois quem nasce pra ser sol
jamais pode adormecer.

(Lúcia Constantino)
(Direitos Autorais Reservados, Lei 9.610 de 10.02.98)