domingo, 14 de novembro de 2010

NOITES




As noites sempre vão... vão mais além...
desse púlpito de lembranças que é o luar.
Mas essa esfera imanta nuvens que me vêm
derramar a infância pelo meu olhar.

Estou, nessa vida, encarcerada
pelo escriba da noite em minha fronte.
Às vezes me desperto nessa fonte d’água
quando sei que nada sou
- apenas uma serva do horizonte.

O que vejo além do tempo que deforma
o rosto, o corpo, o pensamento:
vejo minha alma como simples rocha
que abraça o mar e se revela nos ventos.



(Direitos autorais reservados)

Imagem: yun1751 http://www.yunphoto.net/pt/

Um comentário:

Ana Cristina Caneschi disse...

Para além das inconstâncias do tempo, da efemeridade desta vida, a beleza desta poesia está na solidez de uma alma em sintonia com toda a criação. Uma certeza entre tantas incertezas! Linda, nostálgica, melodiosa, perfeita. Conte com minha presença constante(agora com blog). Beijos minha querida Lúcia. Aninha